Biomassa da Vf: como funciona?
Em 2013, foi conduzido um estudo para investigar os mecanismos da eficácia da biomassa de Vf na dermatite atópica. Esse estudo demonstrou que o sinal da Vf era transmitido com sucesso pelas células abaixo da superfície da pele, uma observação que contraria conceitos convencionais sobre as propriedades da estreita barreira epidérmica, mas consistente com observações recentes que mostram influência da penetração do microbioma na derme e a existência de equilíbrio da barreira epidérmica. Adicionalmente, os autores mostraram que induz a maturação das células dendríticas IL-10+, o mecanismo que necessitam de receptores Toll-like 2 (TLR2) para a produção de IL-10.7,8
Tanto o teste in vitro quanto o in vivo mostraram que a biomassa da Vf estimula as defesas antioxidantes endógenas na pele: in vitro, estimulou a atividade do superóxido mitocondrial de queratinócitos no mRNA e nos níveis de proteínas através de um mecanismo ainda desconhecido, enquanto que in vivo, diminuiu os efeitos de queimaduras solares induzidas por ultravioleta na pele humana.4,5
Curiosamente, a biomassa da Vf não apenas estimula as defesas antioxidantes mitocondriais endógenas, como também as defesas antimicrobianas endógenas.4
Em suma, aciona fatores bacterianos exógenos, incluindo uma reação de defesa homeostática e proporciona uma barreira biológica protetora, que reforça a resistência cutânea e os mecanismos de defesa.4
Aqua Posae filiformis: procurando uma maior eficácia no microbioma da pele.
Aqua Posae filiformis é um lisado de Vf (biomassa de Vf) cultivado nas águas termais da La Roche-Posay (LRP-TSW), e que contém 2 elementos essenciais e exclusivos (selênio e estrôncio) atuando como catalisadores de enzimas bacterianas.
Além da eficácia da biomassa de Vf, várias publicações enfatizaram os efeitos da água rica em selênio na pele, protegendo contra os efeitos a curto e longo prazo de espécies reativas do oxigênio induzidas por radiação ultravioleta e minimizando inflamações e irritações.4
Adicionalmente, LRP-TSW contém seu próprio perfil bacteriano e demonstrou sua capacidade para aumentar algumas concentrações de bactérias e/ou de manter um equilíbrio mineral específico, promovendo o metabolismo e o desenvolvimento de certas bactérias; isso pode ser chamado de “o efeito prebiótico LRP-TSW”.9
Adicionar água termal rica em selênio e estrôncio à cultura de Vf leva a uma biomassa com uma capacidade similar a ativação de superóxidos mitocondriais, porém mais intensificada. A nova biomassa estimulou a expressão de mRNA de maneira mais poderosa para peptídeos antimicrobianos e outros mecanismos de defesa imune inatos através da ativação da TLR2 na epiderme reconstruída.2,4,5
Mais ainda, uma fonte de carbono específica, a manose, conhecida por impulsionar o crescimento da família Xanthomonadaceae, foi associada ao APF para aumentar sua eficácia.1
Interesse do APF: evidências clínicas recentes na DA
Em um estudo duplo-cego, randomizado publicado em 2017, com 60 pacientes com DA moderada (SCORAD = 21± 8) comparou um emoliente contendo APF com um emoliente sem APF.1
Foi demonstrado que o APF é capaz de normalizar o microbioma cutâneo e reduzir os sintomas da DA por até um mês após o final do tratamento de maneira mais eficaz que o outro emoliente.1
Pela primeira vez, o estudo demonstrou que a aplicação tópica de um posbiótico associado a um prebiótico é uma abordagem terapêutica interessante que modula ou equilibra o sistema imunológico. Logo, promover a normalização do microbioma cutâneo pode ser benéfico em várias doenças de pele mediadas pelo sistema imunológico, DA e outras doenças de pele inflamatórias crônicas como a acne, a rosácea e a psoríase.1