A gravidade da reação é classificada numa linha progressiva que vai de eritema leve (erupção vermelha) e descamação seca (prurido, pele descamando) até a descamação úmida mais grave (ferida aberta) e, finalmente, a ulceração.5,6
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Radioterapia e toxicidade cutânea6
O dano ao tecido ocorre imediatamente após a dose inicial e cada fração subsequente de radiação gera recrutamento de células inflamatórias.
A dermatite por radiação aguda é o resultado combinado da diminuição nas células-tronco funcionais, alterações nas células endoteliais da pele, inflamação e necrose e morte das células cutâneas. As potenciais complicações da dermatite por radiação no cenário agudo incluem infecção local.
A gravidade da reação está relacionada com a dose por fração, dose total emitida, uso de bolus ou outros dispositivos modificadores de feixe, extensão do campo de tratamento, local tratado, uso de quimioterapia e outros agentes concomitantes e suscetibilidade individual.
As áreas da pele contendo dobras apresentam maior risco de desenvolver uma reação devido ao fenômeno chamado “efeito bolus”; estas áreas são mais propensas a receber uma dose mais alta de radiação e são mais susceptíveis à contaminação bacteriana.
Quimioterapia sistêmica
É bem conhecido que os agentes citotóxicos podem causar efeitos colaterais.1,2
Embora nos últimos anos, taxas de sobrevida dos pacientes afetados por grandes tumores vem aumentando devido as terapia alvo-direcionada, a toxicidade cutânea permanece ser um efeito colateral cada vez mais frequente, como visto com os inibidores de EGFR (isto é, ressecamento da pele em mais de 90% dos pacientes, foliculite que pode ser complicada por prurido, dor e infecção, etc.).2
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Quimioterapias e toxicidade cutânea
Antimetabólitos2: 5-FU e capecitabina resultam em um sinal característico de toxicidade: a síndrome mão-pé. Outro sinal de toxicidade cutânea ligado ao uso de capecitabina é a hiperpigmentação, também observada com a ciclofosfamida e a doxorrubicina. Os pacientes podem apresentar pigmentação negra longitudinal nas unhas sem quaisquer sintomas. Estes fármacos também são associados com pigmentação focal da pele, envolvendo principalmente as pontas dos dedos, em combinação com parestesia ou dor. De acordo com alguns autores, estas manifestações podem ser consideradas como sinais iniciais da síndrome mão-pé.
A patogênese exata é desconhecida, mas pode estar relacionada à expressão aumentada das enzimas necessárias para ativação da capecitabina em 5-FU na pele das pontas dos dedos. Os danos nas fibras nervosas parecem causar os sintomas neuropáticos.
Inibidores do fuso mitotico2 (Alcaloides da Vinca, Taxanos): estritamente relacionados à alopecia e outras doenças cutâneas como dermatite, memória de radiação, lúpus eritematoso cutâneo subagudo, alterações nas unhas e ulcerações causadas pelo extravasamento, esta reação em particular é causada pelo dano direto ao tecido mole.
Agentes genotóxicos2 podem causar reações alérgicas mediadas por IgE graves e bem conhecidas, em particular os agentes de platina, mas também os antibióticos. Estes agentes podem levar à alopecia porque eles são direcionados às células proliferativas e a efeitos particulares como o eritema flagelado cuja patogênese é desconhecida.
Inibidores de ECFR:2,3,5 As reações comuns aos inibidores de ECFR são denominadas como síndrome PRIDE (acrônimo em inglês para Papulopustules and/ or paronychia, Regulatory abnormalities of hair growth, Itching and DrynEss) (papulopústulas e/ou paroníquia, anormalidades reguladoras do crescimento capilar, prurido e ressecamento).
O ECFR estimula o crescimento de células cancerosas. O EGFR também desempenha um papel no crescimento normal da pele, cabelo e unhas. O receptor de ECFR é expresso na camada basal da epiderme e promove a diferenciação dos queratinócitos e células foliculares. Além disso, os inibidores de ECFR inibem não apenas o ECFR quando está sobre-expresso nas células tumorais, mas também o receptor presente nas células normais da epiderme. A inibição do ECFR na pele normal leva a alterações no crescimento e migração dos queratinócitos, que, juntamente com reações inflamatórias, ocasionam xerose e erupção cutânea papulopustular, que é o efeito citotóxico mais frequentemente relatado.
A xerose da mucosa e da cútis, variando das formas leves até as mais graves com eczema e fissuras, tem mostrado uma incidência variável de 12% a 35% em ensaios clínicos, e frequentemente representa um dos parâmetros cutâneos que persistentemente influenciam a qualidade de vida dos pacientes.
As alterações das unhas são frequentemente conectadas com o uso de inibidores de ECFR.