Como proteger as crianças da exposição ao UV

  • 15min
  • Mai. 2022
  • Desenvolvido por
  • SkinAlliance

O entendimento do risco da exposição ao UV não é consistente entre todos os indivíduos.
Há uma crença, por parte de alguns indivíduos de pele escura, de que a fotoproteção não é essencial.
Há uma necessidade de orientações e educação mais específicas sobre a fotoproteção, especialmente em crianças abaixo dos 18 anos.1

E a pele das crianças?


A radiação solar tem efeitos biológicos mais pronunciados na pele de crianças que na pele de adultos. A pele das crianças, especialmente até os três anos de idade, tem uma concentração mais baixa de melanina e um estrato córneo mais fino, permitindo que as radiações UV penetrem mais profundamente e resultando em lesão por exposição à luz.2,3

Entretanto, foi mostrado que a dose eritematosa mínima (DEM) em crianças é igual à dos adultos.4

A epiderme de crianças pequenas é fina.
A camada de células basais é relativamente rica em células-tronco.
O UV atinge facilmente a papila dérmica e os capilares dérmicos, o que pode promover a fotoimunossupressão e a mutagênese induzida.4

Em recém-nascidos, a capacidade de desenvolver pigmentação (bronzeamento) após a exposição ao UV mostrou-se ocorrer dentro dos primeiros meses de vida (entre 30 e 45 dias).5
A vulnerabilidade aumentada da pele das crianças aos efeitos da exposição solar indica que as crianças e seus pais precisam ser devidamente educados sobre a fotoproteção, independentemente dos tipos de pele.



O que saber sobre a exposição ao UV?


A exposição solar durante a infância é um período crítico para o risco de câncer da pele mais tardiamente.

Ter queimadura de sol durante a infância praticamente dobra o risco de desenvolvimento de melanoma cutâneo na idade adulta.6

Crianças e adolescentes passam, em média, de 1,5 a 5,1 horas em atividades externas.7
O uso regular de protetor solar com FPS de, no mínimo, 15 durante os primeiros 18 anos de vida pode reduzir a incidência de carcinomas em células escamosas e basais da pele em até 78% durante a vida.1
Estima-se que, ao atingir 18 e 20 anos de idade, todos terão recebido entre 40% a 50% do UV cumulativo até os 60 anos.8



Como proteger as crianças da exposição ao UV?



Educação sobre a fotoproteção?


Podem ser promovidos diferentes meios de educação:1

  • Campanhas de saúde pública que eduquem crianças e seus pais/cuidadores;
  • Programas escolares são fundamentais para melhorar o conhecimento das crianças sobre fotoproteção, modificar sua percepção sobre o bronzeamento e sobre a importância de proteger-se na sombra quando expostos ao ar livre; Eles também podem organizar atividades envolvendo as famílias, encorajando a adotarem comportamentos de segurança em relação ao sol;
  • Programas apropriados à idade, baseados nas consequências nocivas da exposição solar para a aparência física, como peças de teatro e trabalhos artísticos que permitam a participação ativa, parecem produzir melhores resultados em termos de mudanças de atitude e comportamento;
  • Estratégias para educar crianças mais velhas e adolescentes podem considerar o uso da Internet, envolvendo especialistas treinados que utilizem uma linguagem jovem com a qual as crianças possam identificar-se (por exemplo, o aplicativo My UV Patch12).

Os clínicos gerais e os pediatras estão em uma excelente posição para promover educação sobre proteção solar, pois atendem com maior regularidade crianças e suas famílias.

  • Deve-se comunicar uma mensagem clara de que ser atraente e saudável não significa estar bronzeado, devendo-se apresentar alternativas estéticas.
  • Deve-se proporcionar educação sobre os efeitos colaterais do bronzeamento artificial, e a proibição de bronzeamento artificial por menores de idade deve ser fiscalizada (pessoas com menos de 18 anos já são proibidos de usarem cabines de bronzeamento artificial em muitos países europeus, incluindo França, Alemanha e Reino Unido).1

Bibliografia

  1. Cestari T, Buster K. Photoprotection in specific populations: Children and people of color. J Am Acad Dermatol. 2017 Mar;76(3S1):S110-S121.
  2. Stamatas GN, Nikolovski J, Luedtke MA, Kollias N, Wiegand BC. Infant skin microstructure assessed in vivo differs from adult skin in organization and at the cellular level. Pediatr Dermatol. 2010;27:125-131.
  3. Volkmer B, Greinert R. UV and children’s skin. Prog Biophys Mol Biol. 2011;107:386-388.
  4. Cox NH, Diffey BL, Farr PM. The relationship between chronological age and the erythemal response to ultraviolet B radiation. Br J Dermatol. 1992;126:315-319.
  5. Mack MC, Tierney NK, Ruvolo E, Stamatas GN, Martin KM, Kollias N. Development of solar UVR-related pigmentation begins as early as the first summer of life. J Invest Dermatol.2010;130:2335-2338.
  6. Dennis LK, Vanbeek MJ, Beane Freeman LE, Smith BJ, Dawson DV, Coughlin JA. Sunburns and risk of cutaneous melanoma: does age matter? A comprehensive meta-analysis. Ann Epidemiol. 2008;18:614-627.
  7. Wright CY, Reeder AI. Youth solar ultraviolet radiation exposure, concurrent activities and sun-protective practices: a review. Photochem Photobiol. 2005;8:1331-1342.
  8. Green AC, Wallingford SC, McBride P. Childhood exposure to ultraviolet radiation and harmful skin effects: epidemiological evidence. Prog Biophys Mol Biol. 2011;107:349-355.
  9. American Academy of Pediatrics. Sun safety: information for parents about sunburn and sunscreen. Available from: https://www.healthychildren.org/English/safety-prevention/at-play/Pages/Sun-Safety.aspx
  10. Criado PR, Melo JN, Oliveira ZN.Topical photoprotection in childhood and adolescence. J Pediatr (Rio J). 2012 May;88(3):203-10.